Segundo relatório “Cartografias da violência na Amazônia”, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a Amazônia tem se consolidado como um dos epicentros da atuação do crime organizado no Brasil. Ao menos 22 facções disputam o controle de rotas em Estados da região.
O relatório mostra que há territórios em disputa principalmente nas regiões de fronteira, mas indica que houve interiorização da atuação das facções nos últimos anos. Isso aumentou os municípios em situação de conflito.
Um dos pontos de alerta é o sul do Pará, por onde o PCC avança para tentar rivalizar com o Comando Vermelho, hegemônico no Estado. O levantamento, apresentado na edição deste ano da Cúpula das Nações Unidas Sobre Mudança Climática (COP 28), mapeou a presença de facções em 178 das 772 cidades da Amazônia Legal (24,6%), quase um a cada 4 municípios.
Em 80 delas, há disputa entre facções. Vivem nessas cidades mais da metade dos cerca de 26 milhões de habitantes da região (57,9%). Como reflexo disso, a taxa de mortes violentas intencionais (MVI) na Amazônia foi de 33,8 para cada 100 mil habitantes no último ano, 45% superior à média nacional.
No Pará, chega a 36,9 para cada 100 mil habitantes. A taxa de mortes violentas intencionais no Brasil no ano passado foi de 23,3 mortes para cada 100 mil habitantes. As disputas entre facções afetam quase um terço da população da Amazônia (31,1%), o que eleva a percepção de insegurança dos moradores.
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