Segundo análise preliminar dos dados do Prodes, sistema do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que produz a taxa de desmatamento anual da região, o desmatamento em terras indígenas (TIs) da Amazônia apresentou uma redução histórica em 2023.
Trata-se de mais de 50% em relação ao período anterior. Os números já indicam que essa será a maior queda de desmatamento (57%) em terras indígenas registrada em um único ano, pelo menos desde 2008.
A confirmação virá, oficialmente, com a contabilização total do Prodes, que incluirá as demais regiões do bioma e deve terminar em maio de 2024. Esse primeiro levantamento inclui apenas as áreas prioritárias da Amazônia, que concentram 73% do desmatamento.
Segundo especialistas, há uma relação direta entre fiscalização e redução dos crimes ambientais. Os dados do Prodes foram calculados entre agosto de 2022 e julho de 2023. No entanto, segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA), a redução efetiva se deu a partir de janeiro de 2023, com a nova gestão ambiental do governo Lula (PT).
Na TI Apyterewa, no Pará, a mais desmatada na Amazônia em 2022, o desmatamento caiu quase 80%: foram 10 mil hectares registrados entre agosto de 2021 e julho de 2022 e 2 mil agora entre agosto de 2022 e julho de 2023.
Nessa terra indígena, as ações do Ibama resultaram no embargo de 37 mil hectares com notificações para retirada do gado de dentro do território. Na TI Trincheira Bacajá, Pará, também em processo de retirada de invasores, a redução foi de 74%.
Já na TI Yanomami, a primeira a sofrer ação de retirada de invasores logo nos primeiros dias de governo, e onde os dados ainda são parciais, a redução do desmatamento, causado principalmente pelo garimpo ilegal, pode passar de 90%.
Foto: Ascom PF