Saiba qual é a nova rota de exportação do Pará

O agronegócio se tornou o motor da economia brasileira, segundo os últimos resultados do PIB. Com isso, também a infraestrutura passou a mudar sua face. Nos últimos anos, o escoamento da safra de grãos mudou de seu eixo tradicional dos portos do Sudeste.

Principalmente Santos e Paranaguá, e passou a se deslocar para os portos do Arco Norte, região que inclui os estados do Amazonas, Pará, Amapá, Maranhão, Sergipe e Bahia. Os terminais portuários dessa região estão se destacando como importante polo de exportação de produtos agrícolas.

Em especial, destaca-se a soja, o milho e fertilizantes. Nos últimos dez anos, conforme levantamento da Confederação Nacional de Agricultura (CNA), o escoamento dos grãos nesses portos mais que duplicou: saltou de 13,6% em 2010 para mais de 37% em 2022.

A tendência é de crescimento. Até julho, antes da seca que atinge a região amazônica o volume de cargas transportadas nos rios estava em alta. Após investimentos de R$ 3 bilhões, a expectativa é de um aumento de 72% na capacidade dos terminais.

O fator que contribui para esse aumento é a expansão das novas fronteiras agrícolas, em especial no estado do Mato Grosso que só no ano passado foi responsável por mais de 83 milhões de toneladas, o que representa 34,85% da produção total do Brasil. Esse aumento na produção trouxe um desafio logístico.

A distância média de 1.500 a 2.000 quilômetros entre as fazendas nessas novas fronteiras agrícolas e os tradicionais portos exportadores do complexo soja e milho, como Santos e Paranaguá. A saída encontrada foi desenvolver a infraestrutura portuária do Arco Norte. A implantação da Lei 13.815/2013, que completa uma década no final deste ano, foi um marco.

Essa legislação permitiu o desenvolvimento de terminais portuários nas regiões do Amazonas até a Bahia, impulsionando a movimentação da produção das novas fronteiras.

Destacaram-se os terminais em Belém/Barcarena(PA) e Itaqui(MA), que registraram um aumento expressivo na movimentação do complexo de soja e milho ao longo dos anos. As perspectivas são promissoras. A CNA estima que somente o Mato Grosso produza 130 milhões de toneladas de soja e milho até 2030.

Em 2022, a exportação do complexo soja e milho nos portos do Arco Norte (52,3 milhões de toneladas) superou a movimentação no Porto de Santos (42,2 milhões de toneladas).

Foto: divulgação