Gravuras Rupestres, chamadas “Ühtã Hori”, expressão na língua Tukano, reapareceram no sítio arqueológico e geológico Ponta das Lajes, na margem esquerda do Rio Negro, em Manaus, com a seca histórica registrada no Amazonas. São gravuras de diferentes formas, como a de rostos, gravadas por nossos antepassados nas paredes rochosas.
O registro deixado por futuros humanos na sua passagem, resgata a memória e reafirma a presença histórica dos povos indígenas neste território. No entanto, com a baixa do Rio Negro, reaparecem não só os registros de imagens nas pedras.
Mas surgem as diversas violações e desrespeitos por partes de não-indígenas que, movidos por curiosidade ou pela incessante busca de “especialistas” em ver tudo que é nosso como objeto de estudo.
Acabam por mostrar desrespeito sobre as histórias e as casas de referências de histórias importantíssimas que explicam o surgimento dos humanos do ponto de vista dos indígenas do Alto Rio Negro, o que se torna uma violência aos povos originários da região.
O Centro de Medicina Indígena Bahserikowi vê com muita consternação as intervenções realizadas na Ponta das Lajes e alerta que essas atitudes podem trazer consequências de desequilíbrio entre os humanos “invisíveis” que habitam, que são donos desse território, e ataques aos seres humanos com infestação de doenças e desequilíbrio social.
Conforme a cosmologia dos Povos Indígenas do Alto Rio Negro, como Tukano, Dessana e Tuyuca, que integram o quadro de colaboradores do Bahserikowi, a Ponta das Lajes, onde estão os Ühtã Hori, é uma região por onde passou a Pamüri Yuhküsü (Canoa especial que transportou os representantes de futuros humanos).
É considerada uma casa de referência histórica de passagem de futuros humanos, na forma de proto-humanos.
Com informações da Amazônia Real
Foto: divulgação