O Curuá, principal rio na Terra Indígena Baú, em Altamira, no Pará, faz parte da bacia do Xingu que vive pressões em escalada causadas pelo garimpo ilegal. Neste local, o garimpo ilegal expandiu em 12,7 mil hectares a área de atuação, segundo o dossiê “Garimpo: um mal que perdura no Xingu”, publicado pelo Instituto Socioambiental (ISA) e Rede Xingu+.
Desse total, 82% – cerca de 10 mil hectares – são em áreas de proteção. O levantamento aponta ainda que na região do Xingu dois municípios paraenses são responsável pelo crescimento de 221% do garimpo na bacia entre 2012 e 2021.
São eles: São Félix do Xingu e Ourilândia do Norte. A bacia do Xingu é uma área de 531.250 quilômetros quadrados — maior que o Maranhão — e segue o curso do rio Xingu, entre as regiões Centro-Oeste e Norte, passando pelo Pará e o Mato Grosso.
Só na TI Baú, onde vive Mydje, foram abertos seis novos focos de garimpo nos últimos cinco anos, além da reativação de lavras antigas. Em 2019, houve a retomada do garimpo Pista Velha e a abertura de outro foco às margens do rio Curuá, que é o principal curso d’água.
Os dados do SIRAD X15 apontam que foram aproximadamente 100 hectares de floresta derrubada para o fim ilegal. Depois disso, mais ações foram detectadas: em 2020, mais três focos de garimpo nas margens do Curuá; em 2021, dois garimpos, o Jurandi e o Coringa Sul, abertos no limite oeste da TI.
Foto: Giovanni Bello / Rede Xingu +