Um novo relatório da UNU afirma que a persistência da crise climática, somada à perda da biodiversidade, está pressionando as condições de vida na Terra a um cenário jamais visto pela humanidade.
O estudo sintetizou os “pontos de inflexão do risco” que estão se tornando cada vez mais prováveis e como ainda há tempo para evitar o pior. Como o Guardian explicou, os pontos de inflexão do risco são diferentes dos pontos de inflexão climática.
Enquanto estes dizem respeito a mudanças em grande escala impulsionadas pela ação humana sobre o clima global, aqueles estão ligados à vida das pessoas através de sistemas sociais e ecológicos complexos.
“Um ponto de inflexão de risco é o momento em que um determinado sistema socioecológico não é mais capaz de amortecer riscos e fornecer suas funções esperadas, o que aumenta consideravelmente o risco de impactos catastróficos nesses sistemas”, explicou o relatório.
“Os pontos de inflexão de risco vão além dos domínios individuais do clima, dos ecossistemas e da tecnologia em geral. Em vez disso, eles são inerentemente interconectados e também estão intimamente ligados às atividades humanas e aos meios de subsistência”, continua.
Entre os pontos de inflexão assinalados pelo estudo, estão o esgotamento dos estoques de água subterrânea, a perda de glaciares nas montanhas (sendo que ambos prejudicam o fornecimento de água doce às comunidades humanas).
O acúmulo de detritos espaciais (que destroem satélites meteorológicos e podem impedir previsões de eventos climáticos extremos), e até mesmo a insustentabilidade do setor de seguros para assegurar construções em geral (por conta da intensificação de eventos extremos).
Foto: Leonardo Milano/ICMBio